'' ... Tem bala de coco e peteca deixa Ibejada brincar , hoje é dia de festa Ibejada vem saravá ... ♪♫
Atenção amigos ,
Dia 25/09 será realizada a homenagem para nossas pequenas crianças, que com muito amor vem trazer a alegria e ensinamentos para os terreiros de Umbanda.
Apartir das 15 horas.
Estão todos convidados a participar!
Um Fraterno Saravá!
C.C.T. Vani Leide de Souza.
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quarta-feira, 21 de setembro de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
UMBANDA!
SOU A FUGA PARA ALGUNS, A CORAGEM PARA OUTROS.
SOU O TAMBOR QUE ECOA NOS TERREIROS, TRAZENDO O SOM DAS SELVAS E DAS SENZALAS.
SOU O CÂNTICO QUE CHAMA AO CONVÍVIO SERES DE OUTROS PLANOS.
SOU A SENZALA DO PRETO VELHO, A CERIMÔNIA DO PAJÉ; A ENCRUZILHADA DO EXU,
O JARDIM DA IBEIJADA, O NIRVANA DO HINDU E O CÉU DOS ORIXÁS.
SOU O CAFÉ AMARGO E O CACHIMBO DO PRETO VELHO, O CHARUTO DO CABOCLO E DO EXU; O CIGARRO DA POMBA-GIRA E O DOCE DO IBEJI.
SOU GARGALHADA DA POMBA GIRA, O REQUEBRO DA CIGANA, A SERIEDADE DO EXU.
SOU O SORRISO E A MEIGUICE DOS PRETOS VELHOS; A BRINCADEIRA DAS CRIANÇAS E A SABEDORIA DOS CABOCLOS.
SOU O FLUÍDO QUE SE DESPRENDE DAS MÃOS DO MÉDIUM LEVANDO A SAÚDE E A PAZ.
SOU O ISOLAMENTO DOS ORIENTAIS ONDE O MANTRA SE MISTURA AO PERFUME SUAVE DO INCENSO.
SOU O TEMPLO DOS SINCEROS E O TEATRO DOS ATORES.
SOU LIVRE.
SOU DETERMINADA E FORTE.
MINHAS FORÇAS?
ELAS ESTÃO NO HOMEM QUE SOFRE E QUE CLAMA POR PIEDADE E POR AMOR.
MINHAS FORÇAS ESTÃO NAS ENTIDADES ESPIRITUAIS QUE ME UTILIZAM PARA SEU CRESCIMENTO.
ESTÃO NOS ELEMENTOS. NA ÁGUA, NA TERRA, NO FOGO E NO AR; NA PEMBA,
NA MANDALA DO PONTO RISCADO.
ESTÃO FINALMENTE NA TUA CRENÇA, NA TUA FÉ, QUE É O ELEMENTO MAIS IMPORTANTE NA MINHA ALQUIMIA.
MINHAS FORÇAS ESTÃO EM TI, NO TEU INTERIOR, LÁ NO FUNDO NA ÚLTIMA PARTÍCULA DA TUA MENTE, ONDE TE LIGAS AO CRIADOR.
QUEM SOU?
SOU A HUMILDADE, MAS CRESÇO QUANDO COMBATIDA.
SOU A PRECE, A MAGIA, O ENSINAMENTO MILENAR, SOU CULTURA.
SOU O MISTÉRIO, O SEGREDO.
SOU O AMOR E A ESPERANÇA
SOU A CURA.
SOU DE TI.
SOU UMBANDA.
SÓ ISSO. SOU UMBANDA.
SOU O TAMBOR QUE ECOA NOS TERREIROS, TRAZENDO O SOM DAS SELVAS E DAS SENZALAS.
SOU O CÂNTICO QUE CHAMA AO CONVÍVIO SERES DE OUTROS PLANOS.
SOU A SENZALA DO PRETO VELHO, A CERIMÔNIA DO PAJÉ; A ENCRUZILHADA DO EXU,
O JARDIM DA IBEIJADA, O NIRVANA DO HINDU E O CÉU DOS ORIXÁS.
SOU O CAFÉ AMARGO E O CACHIMBO DO PRETO VELHO, O CHARUTO DO CABOCLO E DO EXU; O CIGARRO DA POMBA-GIRA E O DOCE DO IBEJI.
SOU GARGALHADA DA POMBA GIRA, O REQUEBRO DA CIGANA, A SERIEDADE DO EXU.
SOU O SORRISO E A MEIGUICE DOS PRETOS VELHOS; A BRINCADEIRA DAS CRIANÇAS E A SABEDORIA DOS CABOCLOS.
SOU O FLUÍDO QUE SE DESPRENDE DAS MÃOS DO MÉDIUM LEVANDO A SAÚDE E A PAZ.
SOU O ISOLAMENTO DOS ORIENTAIS ONDE O MANTRA SE MISTURA AO PERFUME SUAVE DO INCENSO.
SOU O TEMPLO DOS SINCEROS E O TEATRO DOS ATORES.
SOU LIVRE.
SOU DETERMINADA E FORTE.
MINHAS FORÇAS?
ELAS ESTÃO NO HOMEM QUE SOFRE E QUE CLAMA POR PIEDADE E POR AMOR.
MINHAS FORÇAS ESTÃO NAS ENTIDADES ESPIRITUAIS QUE ME UTILIZAM PARA SEU CRESCIMENTO.
ESTÃO NOS ELEMENTOS. NA ÁGUA, NA TERRA, NO FOGO E NO AR; NA PEMBA,
NA MANDALA DO PONTO RISCADO.
ESTÃO FINALMENTE NA TUA CRENÇA, NA TUA FÉ, QUE É O ELEMENTO MAIS IMPORTANTE NA MINHA ALQUIMIA.
MINHAS FORÇAS ESTÃO EM TI, NO TEU INTERIOR, LÁ NO FUNDO NA ÚLTIMA PARTÍCULA DA TUA MENTE, ONDE TE LIGAS AO CRIADOR.
QUEM SOU?
SOU A HUMILDADE, MAS CRESÇO QUANDO COMBATIDA.
SOU A PRECE, A MAGIA, O ENSINAMENTO MILENAR, SOU CULTURA.
SOU O MISTÉRIO, O SEGREDO.
SOU O AMOR E A ESPERANÇA
SOU A CURA.
SOU DE TI.
SOU DE DEUS.
SOU UMBANDA.
SÓ ISSO. SOU UMBANDA.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Calendário Mês de Julho!
Mês de Julho regência de Yemanjá! Saravá mamãe Yemanjá!
04/07 - Caboclos
09/07 - Gira Mensal
11/07 - Pretos-Velhos
18/07 - Caboclos
25/07 - Guardiões
Estão todos convidados para nossas sessões!
Fraterno Saravá!
C.C.T. Vani Leide de Souza!
04/07 - Caboclos
09/07 - Gira Mensal
11/07 - Pretos-Velhos
18/07 - Caboclos
25/07 - Guardiões
Estão todos convidados para nossas sessões!
Fraterno Saravá!
C.C.T. Vani Leide de Souza!
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Calendário do mês de Junho!
O Mês de Junho é regido por Xangô
06/06 - Caboclos
12/06 - Gira na Mata
13/06 - Pretos-Velhos
20/06 - Caboclos
27/06 - Exus
Estão todos convidados!
Fraterno Saravá
C.C.T. Vani Leide de Souza.
06/06 - Caboclos
12/06 - Gira na Mata
13/06 - Pretos-Velhos
20/06 - Caboclos
27/06 - Exus
Estão todos convidados!
Fraterno Saravá
C.C.T. Vani Leide de Souza.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Orientações do Caboclo Mirim
Através de seu médium, o Caboclo Mirim apresentou várias orientações sobre o comportamento do filho de Umbanda, tanto na sua postura no terreiro como em sua vida , apresentamos os conselhos :
- Abra o seu corpo, esqueça a vida material e fale somente o necessário.
- Não interceda no comportamento de ninguém, por mais estranho que seja, respeitando a todos indiscriminadamente, pois assim estará respeitando a si próprio. Não ria nem caçoe de ninguém, mantendo o silêncio absoluto e total. Não ache graça nas Entidades incorporadas, pois as mesmas comportam-se de diversas maneiras, dependendo do cavalo, isto faz parte dos trabalhos. Respeite o Iniciante incorporado, mesmo achando que o mesmo não esteja firme com o Guia, pois os mesmos estão em Evolução como todos nós e fazem parte importante nos nossos trabalhos.
- Evite o contato físico com os outros, não ponha a mão na cabeça de ninguém, pois você desconhece o que as pessoas trazem consigo mesmo de bom ou de ruim. Somente os Médiuns Juramentados podem fazer isto, assim assumindo esta Responsabilidade.
- É perigoso dar consulta, pois no momento da consulta você assume uma Responsabilidade Espiritual séria consigo mesmo.
- A alimentação, bem como o zelo pelo seu corpo físico, é fator preponderante para a boa captação dos Fluídos que emanam do Aspiral Ascendente formado pela Ectoplasmia de todos e que de lá vem à verdadeira quota para cada um, de acordo com seus merecimentos. O valor da Entidade depende do Corpo Físico e Mental do cavalo e se o mesmo não tiver uma boa saúde Psico-Físico e Mental a Entidade não terá nada para dar a quem necessite.
- Acompanhe mentalmente e cante as Curimbas, pois as mesmas são Orações cantadas e trazem nas suas palavras verdadeiras Filosofias de Vida e Ensinamentos. Não interceda nos Curimbeiros solicitando cantar esta ou aquela Curimba simplesmente porque você acha bonita ou que rima bem. A Curimba é fator de importância nos trabalhos, cabe a quem estiver comandando a Gira ordená-las de acordo com a necessidade.
- Abra o seu coração, Oxalá veio ao mundo e não o virou, trouxe a sua Doutrina e foi um observador, não será você que poderá julgar os outros. Seja, portanto, um observador oculto da vida, pois viemos ao Mundo para sermos comandados e não comandantes. Seja um pequeno homem num Mundo grande e não um grande homem num Mundo pequeno.
- Mediunidade é uma coisa e Doutrina Espírita é outra. A Mediunidade processa-se de diversas maneiras, quer na audição, tato, visão, olfato, incorporação e etc... Doutrinação é o que fazemos nas Giras com as Entidades, pois: Trabalhamos para as Almas e não com as Almas.
- A nossa Doutrina não conserta a vida de ninguém, mas cria condições para que cada um conserte a sua própria vida de acordo com o seu paladar.
- Numa sessão todos são vistos e observados e cabe a cada um a Responsabilidade Espiritual de seus atos.
- Abra a sua mente para que você possa verdadeiramente levar consigo e para os seus verdadeiros fluídos de Paz e Felicidade de acordo com seu merecimento.
- Não interceda na vida dos outros os aconselhando, pois você não sabe dos merecimentos dos mesmos e assim procedendo você não assume Responsabilidades Espirituais. Lembre-se do Livre Arbítrio de cada um. Viva a Indiferença Construtiva da sua própria existência.
- Não se esqueça do compromisso que você assume com o Caboclo Mirim desde que você resolveu freqüentar a sua casa. Escolha para você próprio os ambientes que freqüentar, não participando de trabalhos baixos, pois a responsabilidade será somente sua e você, um dia, prestará conta da mesma. O Mundo dos Mortos é incomensurável e nele habitam os mais diversos tipos de Espíritos, portanto não os invoque sem conhecimento de causa.
- A Umbanda não faz matança, pois os animaizinhos são nossos irmãos e a Lei da Fraternidade Universal as proíbe.
- Seja dono do Mundo Material que você possui não deixando que o mesmo seja o seu próprio dono. Goste do que lhe pertence, mesmo sendo pouco.
- Viva a Vida como ela se apresenta para você na sua verdadeira beleza, prezando conscientemente pelo seu Corpo Físico e Espiritual. Não se esqueça que as cicatrizes do Corpo Físico logo saram, mas as cicatrizes da Alma cada um carregará pela Eternidade. Zele também por sua Alma enquanto lhe sobra tempo nesta Fase Corpórea. Leia o Livro da sua própria Existência todo dia.
- A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bom para quem sabe ler...
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Dialogo entre Exú e Oxalá
O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante,
parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo
espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.
Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça
baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da
natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.
_Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento –
parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua
essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão
simples acaba tão complicado.
Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na
distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas
destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades
premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita
normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e
indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras,
palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.
Exu suspirou.
_Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao
lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas
observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras,
fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos
negativos.
Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu
uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:
_Laroyê, Senhor Falante.
Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.
_Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento
com a cabeça, em sinal de respeito.
_Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.
Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:
_Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens
parecem não valorizar nosso esforço.
Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso
acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:
_Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador
incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser
levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou
fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com
resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que
muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu
trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou
preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual
fui designado.
_Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que
deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu
paxorô.
Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve
sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos
lábios.
_Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou
Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só:
como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa.
Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos,
mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada
dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes
é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada
a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição
enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o
esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.
Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste
entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.
_Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha,
como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos
ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus
sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu
outra gargalhada e disse:
_Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.
_E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não
deixou Exu responder e continuou:
_Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual
e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o
funcionamento das coisas, seriam mais felizes.
_Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.
_E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.
Mais uma vez Exu gargalhou.
_Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.
_Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?
_Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado
– para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em
encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes
nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam
de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou
benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel,
pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na
visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua
“complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.
_Pobres homens – repetiu Oxalá.
_Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo
de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam
sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para
conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do
mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.
_Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá,
admirando o horizonte.
_Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.
_Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o
maior dos orixás.
Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:
_Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o
compõe, inclusive do Senhor da Justiça.
_Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?
_Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.
_Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo
o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar
ligado ao espiritual. Percebo que apesar de todas as dificuldades que
os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus
corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o
quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão
sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão,
pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que
hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro
da luz.
Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse
concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro
falasse, prosseguindo com sua narrativa:
_Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas
regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o
benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o
aprendizado, que tem como ponto de partida as trevas. O Universo tão
simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que
observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos
surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam
amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto
certo e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.
_Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em
meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na
verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da
raça humana.
Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu
hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o
contentamento:
_Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A
ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho
a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão
muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se
chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que
é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações
humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da
humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos
por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da
raça humana, que tanto depende de nós.
Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no
horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e
pôs-se a caminhar montanha abaixo.
_Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.
_Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu
gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e
que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a
luz do sol?
Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim
trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda
presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em
direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e
protetores.
parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo
espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.
Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça
baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da
natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.
_Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento –
parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua
essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão
simples acaba tão complicado.
Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na
distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas
destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades
premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita
normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e
indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras,
palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.
Exu suspirou.
_Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao
lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas
observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras,
fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos
negativos.
Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu
uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:
_Laroyê, Senhor Falante.
Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.
_Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento
com a cabeça, em sinal de respeito.
_Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.
Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:
_Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens
parecem não valorizar nosso esforço.
Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso
acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:
_Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador
incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser
levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou
fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com
resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que
muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu
trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou
preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual
fui designado.
_Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que
deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu
paxorô.
Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve
sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos
lábios.
_Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou
Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só:
como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa.
Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos,
mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada
dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes
é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada
a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição
enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o
esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.
Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste
entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.
_Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha,
como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos
ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus
sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu
outra gargalhada e disse:
_Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.
_E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não
deixou Exu responder e continuou:
_Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual
e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o
funcionamento das coisas, seriam mais felizes.
_Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.
_E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.
Mais uma vez Exu gargalhou.
_Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.
_Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?
_Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado
– para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em
encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes
nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam
de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou
benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel,
pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na
visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua
“complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.
_Pobres homens – repetiu Oxalá.
_Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo
de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam
sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para
conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do
mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.
_Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá,
admirando o horizonte.
_Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.
_Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o
maior dos orixás.
Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:
_Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o
compõe, inclusive do Senhor da Justiça.
_Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?
_Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.
_Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo
o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar
ligado ao espiritual. Percebo que apesar de todas as dificuldades que
os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus
corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o
quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão
sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão,
pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que
hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro
da luz.
Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse
concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro
falasse, prosseguindo com sua narrativa:
_Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas
regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o
benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o
aprendizado, que tem como ponto de partida as trevas. O Universo tão
simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que
observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos
surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam
amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto
certo e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.
_Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em
meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na
verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da
raça humana.
Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu
hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o
contentamento:
_Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A
ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho
a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão
muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se
chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que
é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações
humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da
humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos
por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da
raça humana, que tanto depende de nós.
Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no
horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e
pôs-se a caminhar montanha abaixo.
_Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.
_Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu
gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e
que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a
luz do sol?
Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim
trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda
presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em
direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e
protetores.
domingo, 8 de maio de 2011
Mês de Maio
O mês de Maio é regido por Yofá, por nossos queridos Pretos-Velhos!
13 de Maio é o dia dos Pretos-Velhos!
13 de Maio é o dia dos Pretos-Velhos!
Vovó Maria Congá
Uma Preta-Velha, que com sua simplicidade e humildade vem trazer grandes ensinamentos para nossa banda!
Saravá Yofá
Saravá as Almas
Saravá a vovó Maria Congá
Caboclo Flecheiro
Nosso Comando Espiritual
Esse lindo Caboclo do Juremá, que com sua luz, ilumina a nossa banda e a caminhada de seus filhos!
Saravá Oxossí
Saravá o Caboclo Flecheiro
Okê Caboclo!
Gira na Mata!
Gira Na Mata!
Dia: 12 de Junho de 2011
Horario: 09 horas
Local: Santuario Nacional de Umbanda - Estrada do Montanhão, 700 - Parque Pedroso - Santo André - SP
Estaremos realizando a nossa Gira na tenda : Nº 09
Estão Todos Convidados!!
Mais informações mande um email para nós!
Email: terreiroflecheiro@gmail.com
Fraterno Saravá
C.C.T. Vani Leide de Souza
Dia: 12 de Junho de 2011
Horario: 09 horas
Local: Santuario Nacional de Umbanda - Estrada do Montanhão, 700 - Parque Pedroso - Santo André - SP
Estaremos realizando a nossa Gira na tenda : Nº 09
Estão Todos Convidados!!
Mais informações mande um email para nós!
Email: terreiroflecheiro@gmail.com
Fraterno Saravá
C.C.T. Vani Leide de Souza
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Programação para o mês de Maio
Mês de Maio é sobre a irradiação de Yorimá!
Programação
02/05-Caboclos;
09/05-Homenagens aos Pretos-Velhos;
16/05-Caboclos;
23/05-Pretos-Velhos;
29/05-Gira Mensal;
30/05-Guardiões;
Lembrando que nossas sessões são realizadas as Segundas-Feiras apartir das 20 horas!
Estão Todos Convidados!!
Fraterno Saravá
C.C.T. Vani Leide de Souza.
Programação
02/05-Caboclos;
09/05-Homenagens aos Pretos-Velhos;
16/05-Caboclos;
23/05-Pretos-Velhos;
29/05-Gira Mensal;
30/05-Guardiões;
Lembrando que nossas sessões são realizadas as Segundas-Feiras apartir das 20 horas!
Estão Todos Convidados!!
Fraterno Saravá
C.C.T. Vani Leide de Souza.
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